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Uma reflexão sobre a prática profissional do pediatra e o aconselhamento.

por: Luis Tavares – pediatra, poeta, neonatologista e canguruólogo.

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Tenho chegado a cada dia a uma conclusão a respeito de minhas atitudes comportamentais profissionais:

Preciso fortalecer minhas habilidades para o aconselhamento em amamentação.

Cada vez que me encontro com uma mãe que apresenta dificuldades para amamentar ou entender minhas orientações são essas habilidades que me auxiliam.

As habilidades para o aconselhamento em amamentação funcionam como um instrumento de aproximação entre minhas ideias e a atitude materna favorável.

Executa-las permite a facilitação da aceitação pela mãe da informação adequada e possibilita sua aplicação amigável.

Certamente funciona como um diferencial na pratica profissional em amamentação.

E tem aplicabilidade vária.

Não se restringe ao aleitamento, mas a muitas outras áreas da vida humana e em especial das especialidades da saúde.

E dentro da amamentação pode servir para aproximar o cuidador da mãe aconselhada, mas também pode ser aplicada entre cuidadores que “não falam a mesma língua”.

Quando a gente se depara com uma mãe “que não quer amamentar”, por exemplo, as habilidades em aconselhamento tem grande valor para trazê-la de volta para o aleitamento de forma gentil e acolhedora.

Quando a gente se depara com um colega de trabalho ou um profissional que não apoia o aleitamento, o que deveríamos fazer é usar com ele estas mesmas habilidades aplicáveis à mãe. Os resultados seriam impressionantes.

Teríamos a chance de trazê-lo para a causa que abraçamos ou vê-lo se tornar um simpatizante da verdade que praticamos.

Apesar disso, somos ágeis em estragar essa chance e fazemos isso com a mesma estupidez com que nossas ideias são desprezadas pelos que pensam diferente de nós.

Um colega que prescreve fórmula sem critério, que não se importa em usar tempo para apoiar nutrizes em dificuldades, que indica chupetas “ortodônticas” porque “não causam mal”, que não aceitam o uso do copinho, que não veem vantagem nenhuma na amamentação após o quarto mês de vida e que adora exibir brindes e publicações das industrias do desmame é visto pela maior parte de nós como um mau colega.

Não nos juntamos a ele.

Frequentemente o combatemos, ainda que sem o identificar, em nossos emails e conversas.

Não frequentamos suas amizades e evitamos conversar com ele por muito tempo.

E o rotulamos como “do mal”.

Descrito de forma caricaturizada aqui, geralmente é assim que nos comportamos.

E perdemos a chance única que torná-lo um dos nossos.

Ou um simpático a nós.

Deve haver, na metodologia do aconselhamento, habilidades que se executadas, nos permitam uma aproximação desse colega “não alinhado” com nosso pensamento de modo que, como a mãe que não amamenta, esse profissional não apoiador possa se aproximar como simpatizante ou não combatente de nossas idéias.

Mas que habilidades seriam essas?

Habilidades que poderíamos dividir em dois grandes grupos:

No primeiro deles: saber ouvir e aprender.

E no outro grupo: não desvalorizar a autoconfiança do colega e faze-lo perceber que sua atitude é uma forma de apoio a ele, não de combate.

E como seria isso?

Como parte das habilidades de ouvir e aprender o uso da comunicação não-verbal útil seria a primeira peça. E de que forma isso poderia ser feito? Com um sorriso, demonstração de simpatia, prestando atenção nas coisas que ele fala e sem demonstrar gestos reprovadores. Isso pode deixar o colega as vezes a vontade para dizer o que pensa e expor seus motivos de “não apoiamento” da causa.

Mantendo a postura no mesmo nível e não “superior” do tipo: eu sou amamentólogo e estou te julgando, eu sou “consultor”, “avaliador”, “fiz cursos” e estou aqui pra dizer se você está certo ou errado. Nunca. Sou como você (e somos mesmo) e estou aqui pra ouvir o que você tem a dizer e conversar de igual pra igual e não “papai sabe tudo” x “filho burro”.

Se a gente prestar atenção nas palavras do colega, meio caminho teremos andado. Mas atenção mesmo. Nada de olhar pro relógio ou pro celular. Mas direto pra ele e pras coisas que ele diz. Isso ajuda. E muito.

Remover barreiras, principalmente aquelas que atrapalhariam a conversa (atender telefone ou escrever enquanto ele fala nem pensar) seria uma parte da tática. O resultado é sempre surpreendente.

Gastar tempo na conversa. Isso é fundamental. O amigo deve ter muito a dizer (inclusive das vezes que enfrentou os xiitas da amamentação) e não saberia fazer isso rapidinho. Esqueça seu relógio. A conversa não tem hora pra acabar. E só acaba quando termina.

Fale com ele de forma apropriada. Nem muito alto, nem muito seco, nem muito distante, nem muito baixinho. Fale com ele como se fala com um irmão de quem se gosta, porque é isso que nessa hora ele está sendo pra você.

Experimente, quando fizer perguntas, faze-las de modo aberto: como você acha isso? Como você faz? Porque você prescreve? Porque você não aceita? Isso vai permiti-lo se debulhar nas próprias crenças para você, amigo que o está ouvindo sem metralha-lo como outros já fizeram. E perguntas abertas permitem que ele fale o que pensa, certo?

As vezes você pode repetir o que ele diz usando as mesmas palavras dele: amamentar por 2 anos ou mais? Loucura… E você: loucura ne? Ou: essa coisa de copinho é modismo… E você: modismo ne? Dói muito agir assim? É? Mas é assim que se adquire confiança. A confiança de seu amigo em você que o está escutando e dando atenção sem combatê-lo e até, aparentemente, concordando com ele.

Nessa conversa não se esqueça de usar expressões e gestos que demonstrem interesse nas coisas que ele diz ta? Isso é fundamental.

E sempre que possível demonstre que você entende como ele se sente e porque ele age da forma como age, evitando assim palavras que demonstrem julgamento. Você está ganhando um amigo e isso não tem preço.

Mas é preciso também não desvalorizar a autoconfiança do colega, fazendo-o entender que suas opiniões e praticas são uma forma de apoio a ele, e não de combate.

Então aceite o que ele pensa e sente. Cada um de nós tem seu próprio caminho e não possuímos, ainda que muitas vezes não percebamos isso, autoridade para fazer pouco da verdade de ninguém.

É preciso reconhecer e elogiar os pontos de vista e as atitudes acertadas do colega: os cursos, as leituras, a sinceridade, a competência profissional, a busca do caminho seguro. Curtir brindes da indústria não faz de ninguém um mau caráter. A pontualidade, a prestatividade, o coleguismo, o conhecimento clinico e a prontidão para o trabalho, mesmo em colegas que não apoiam o aleitamento, revelam profissionalismo elogiável. Que valorizar isso seja uma mola para conseguir todo o resto.

Pode-se oferecer, durante a conversa e esclarecimento de uma duvida, ajuda prática através da sugestão de um artigo, um site ou um mail, de modo a confrontar opiniões, aqui tiradas “entre amigos”, ne?

Mas que essa ajuda contenha somente informações básicas. Nada de grandes tratados ou teses. Coisas simples, realmente relevantes.

E sempre com linguagem fácil.

A conversa pode terminar com sugestões, longe de decretos ou determinações.

Evitando o embate frente a frente, a critica que divide e a postura que condena e divide bons e maus, agindo assim caminhamos em direção a uma pratica de aconselhamento entre colegas a que não estamos habituados e cuja responsabilidade pertence a quem conhece a técnica e não ao seu desconhecedor.

E se tudo der errado?

Se tudo der errado?

Treine.

Você acaba aprendendo.

Conviver com contrários é tão difícil que necessita aprendizado.

Um dia você aprende que

“Palavra não foi feita para dividir ninguém.

Palavra é uma ponte onde o amor vai e vem”.

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Meu bebê está mamando o suficiente? Como saber?

Estou preocupada se meu bebê está recebendo leite suficiente – como posso ter certeza?
Melhor do que preocupar-se e tentar adivinhar se seu bebê amamentado está recebendo o suficiente, preste atenção nos seguintes sinais:

1) NÚMERO DE FRALDAS MOLHADAS

  • Um bebê que mama o suficiente terá de 4 a 6 fraldas molhadas por dia, a partir do 4º dia de nascimento. Considere 6 a 8 fraldas se você usa as de pano, que seguram menos a urina.
  • Para saber como identificar uma fralda molhada, coloque duas colheres de sopa de água em uma fralda limpa e perceba a diferença de peso. Fraldas de pano molhadas são mais perceptíveis do que as descartáveis com seus absorventes.
  • Pode ser mais fácil comparar uma fralda molhada com uma limpa através do peso do que pelo simples toque.
  • Após o primeiro mês, aproximadamente, as fraldas do seu bebê estarão ainda mais pesadas – o equivalente a 4 ou 6 colheres de sopa de água.
  •  A cor da urina é um bom indicativo para saber se o bebê está recebendo leite suficiente para mantê-lo hidratado. Urina pálida e clarinha sugere uma boa hidratação; escura, com cor de suco de maçã (após os primeiros dias) pode ser um indicativo de que o bebê não está mamando o suficiente. Se seu bebê não estiver recebendo leite suficiente, você poderá encontrar um resíduo com aparência de “pó de tijolo” ou “ferrugem” nas fraldas, que são os cristais de urato decorrentes da urina muito concentrada (acontecimento normal nos primeiros dias), que devem desaparecer uma vez que a ingesta do bebê aumentar. Fale com seu médico para saber se seu bebê precisa de alguma complementação enquanto aprende a mamar com mais eficiência.

2) MOVIMENTAÇÃO INTESTINAL
Se muitas fezes estão saindo, então muito leite entrou.

  • Nos primeiros dias, as fezes do bebê mudam da aparência grudenta e escura do mecônio para o verde, e depois o marrom. Cerca de um a dois dias após a chegada do leite, observamos então as fezes de leite materno, que são amareladas e com grumos – cor de mostarda e consistência de queijo cottage.
  • Entre a 1ª e a 4ª semana de vida, bebês que estão recebendo leite posterior o suficiente, produzirão ao menos 2 ou 3 fezes amareladas e com grumos por dia. Por ser um laxante natural, alguns bebês fazem cocô em toda mamada, o que é um ótimo sinal de que o bebê está mamando o suficiente. Quando ele faz somente 2 ou 3 vezes por dia, espere ver uma quantidade mais substancial de fezes na fralda – mais do que uma simples manchinha.
  • Após o 1º ou 2º mês de vida, enquanto o intestino amadurece, a frequência de evacuações diminui. Neste estágio, seu bebê deverá ter somente uma evacuação por dia; alguns bebês amamentados evacuam uma vez a cada 3-4 dias, e ainda assim estão recebendo leite suficiente.
  •  Enquanto a urina é um bom indicativo a respeito da quantidade de fluidos ingerida pelo bebê, a evacuação será um indicativo importante acerca da qualidade do leite (isto é, se o bebê está mamando por tempo suficiente e com eficiência para despertar o reflexo de ejeção da mãe, o que fará com que ele tenha acesso ao leite posterior, mais gorduroso e mais rico em calorias). Quando um bebê que tem menos de 1 mês não produz fezes suficientes, é hora de observar mais de perto o que vem acontecendo quando ele vai ao seio. Preste atenção na pega do bebê e aos sinais de uma mamada eficiente e procure ajuda de uma consultora de amamentação.

3) AVALIE A MAMADA

  • Geralmente as mamas parecem mais cheias antes da mamada e mais vazias imediatamente após. Estas mudanças ficam menos perceptíveis conforme o bebê vai crescendo e você vai ficando mais eficiente ao produzir exatamente o que o bebê precisa.
  • Muitas mães perceberão o reflexo de ejeção do leite alguns minutos após o início da mamada. Se você não tem essa sensação, observe seu bebê. Sua sucção ficará mais firme e você poderá ouvi-lo engolindo mais frequentemente uma vez que o reflexo de ejeção aumenta o fluxo de saída de leite.
  •  Outros sinais que podem confirmar que seu bebê está mamando o suficiente incluem ver algumas gotas de leite escorrendo dos lábios ou ouvir o bebê engolir após uma ou duas sugadas. O bebê geralmente parece satisfeito durante e após a mamada.
  •  Se você sente seu bebê sugando com vigor, pode ouvi-lo engolir durante a mamada, percebe os sinais do reflexo de saída do leite e observa o soninho chegando após a mamada, há grandes chances de que ele esteja recebendo tudo o que precisa.

4) GANHO DE PESO

  • Seu médico vai conferir o ganho de peso do recém-nascido alguns dias após a saída do hospital e, talvez, uma ou duas semanas depois disso.
  •  A maioria dos bebês, sejam eles amamentados ou alimentados com fórmula, perderão em média 5 a 7% de seu peso de nascimento nos primeiros dias de vida, em decorrência da perda dos fluidos. O quanto eles perderão depende do inchaço do seu bebê e variações individuais acerca da retenção de fluidos e eficácia na amamentação.
  •  Quando mães e bebês passam por um nascimento menos complicado e são capazes de amamentar com frequência e uma boa pega, o bebê perde menos peso. Bebês que tem um início de amamentação mais vagaroso (seja por problemas médicos ou na pega) tendem a perder um pouco mais.
  • Bebês que recebem quantidades adequadas de leite estarão 50 a 100 gramas próximos do seu peso de nascimento na consulta de 1 semana. Alguns bebês demoram algumas semanas para retomar este peso, especialmente se perderam muito no início.
  •  Antes de sair da maternidade, lembre-se de pedir à equipe o peso do seu bebê na alta. Este número será importante na próxima avaliação do bebê, uma vez que o ganho de peso é medido a partir do peso mais baixo, e não do peso de nascimento.
  • Após retomar o peso de nascimento, o bebê ganha em média 115 a 200 gramas por semana, ou um mínimo de 450 gramas por mês. Alguns bebês ganham peso rapidamente nos primeiros meses; outros ganham mais lentamente, mas dentro da normalidade.

5) NÃO SE PREOCUPE COM SUA PRODUÇÃO DE LEITE

  • A amamentação é um processo baseado na confiança, portanto, não deixe que o medo de que seu bebê não recebe o suficiente prejudique a sua convicção. Se seu bebê está produzindo fraldas molhadas e evacuações suficientes, e ganha peso adequadamente, tenha certeza de que ele está recebendo tudo o que precisa.
  • Amamentar com frequência (em livre demanda) ou querer mamar logo após a última mamada não são necessariamente sinais de que seu bebê tem fome. Bebês mamam por inúmeras razões além da fome. Ele pode estar querendo a proximidade e o conforto proporcionados pela amamentação ou pode estar precisando de umas sugadinhas para relaxar e adormecer.
  •  Se a contagem de fraldas mostra que seu bebê está recebendo o suficiente, não se preocupe com a produção de leite. Amamente seu bebê com frequência durante o dia. Tenha certeza de que ele está abocanhando o seio corretamente e sugando com eficácia, e então não se preocupe.

Retirado de: http://www.askdrsears.com/topics/breastfeeding/faqs/getting-enough-milk-how-tell
Tradução livre de Bianca Balassiano Najm http://www.possoamamentar.com.br

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Aleitamento materno: aprendizado intensivo no puerpério imediato

Pesquisa realizada na PUC Campinas, muito interessente pensar na importância da informação para combater o desmame precoce.

Objetivo: Verificar o benefício de uma aula (padronizada e individualizada) sobre amamentação durante permanência no Alojamento Conjunto.
Método: 208 mães primigestas foram entrevistadas sendo avaliado o conhecimento sobre amamentação após o parto (102 mães) e antes da alta (106 mães). Foram feitas análises de freqüência das variáveis, acertos (Qui-Quadrado), ganho escore (Wilcoxon) e modelo de regressão para dificuldade de amamentar (&5%). Resultados: Não houve diferença de acertos entre a 1ª. e a 2ª. prova das mães com aula só na alta. Houve aumento de acertos da 2ª. prova entre as mães que receberam aula após o parto. Não houve diferença entre os grupos na 1ª. prova, e na 2ª. as mães que receberam aula após o parto apresentaram melhor desempenho. Com relação ao escore 1 (acertos na 1ª. prova) não existe diferença entre os grupos. Com relação ao escore 2 as mães que tiveram aula após o parto apresentaram melhor desempenho. Apenas a variável aula foi significativa. O ganho escore, entre as mães com aula só na alta, chegou a ser negativo. Mães com PN inadequado, parto cesáreo e mamilo não protuso tem mais chance de ter dificuldade para amamentar. Conclusão: Os grupos tiveram desempenho semelhante no 1º. momento. O que distinguiu o conhecimento antes da alta foi ter tido ou não aula antes da 2ª. prova. Boa assistência no PN pode diminuir a chance da mãe ter dificuldade para amamentar. A assistência dispensada na rotina da unidade não está sendo efetiva. É necessário padronizar a fala.

Leia na íntegra aqui: ALM aprendizado intensivo

Fonte: puc/campinas

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Breastfeeding in clinical practice – O aleitamento materno na prática clínica.

por: Elsa R. J. Giugliani

A espécie humana evoluiu e se manteve 99,9% da sua existência amamentando os seus descendentes(1). Portanto, ela está geneticamene programada para receber os benéficos do leite humano e do ato de amamentar no início da vida(2). Apesar de ser biologicamente determinada, a amamentação sofre influências socioculturais e por isso deixou de ser praticada universalmente a partir do século XX. Atualmente, a expectativa biológica se contrapõe às expectativas culturais. Algumas conseqüências dessa mudança já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantil em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda são desconhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez de mudanças culturais. Há quem afirme que o uso disseminado de leite não humano em crianças pequenas é o maior experimento não controlado envolvendo a espécie humana.

Em resposta às denúncias das conseqüências funestas do uso disseminado de leites de outras espécies, deu-se início, na década de 70, ao movimento de resgate à “cultura da amamentação”. Concomitantemente, começaram a aparecer evidências científicas mostrando a superioridade do leite materno como fonte de alimento, de proteção contra doenças e de afeto, ou melhor, ficaram evidentes as desvantagens da substituição do leite materno por outros leites.

Apesar do aumento das taxas de amamentação na maioria dos países nas últimas décadas, inclusive no Brasil(3), a tendência ao desmame precoce continua, e o número de crianças amamentadas segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda é pequeno. No Brasil, a última pesquisa sobre a situação do aleitamento materno em nível nacional encontrou uma mediana de duração da amamentação de 7 meses e de amamentação exclusiva de apenas 1 mês. Apesar de a grande maioria das mulheres (96%) iniciar a amamentação, apenas 11% amamentam exclusivamente no período de 4 a 6 meses, 41% mantêm a lactação até o final do primeiro ano de vida e 14% até os 2 anos(4).

Segundo Almeida(5), é preciso mudar o paradigma de amamentação que norteia as políticas de promoção do aleitamento materno. Tem-se priorizado o biológico, sem dar a devida ênfase ao aspectos sociais, políticos e culturais que condicionam a amamentação. O autor ressalta que “… a mulher precisa ser assistida e amparada para que possa desempenhar a bom termo o seu novo papel social, o de mulher-mãe-nutriz.” Nós, profissionais de saúde, desempenhamos um papel fundamental na assistência à mulher lactante. Para cumprir esse papel é necessário ter conhecimentos e habilidades para orientar adequadamente o manejo da lactação. Este artigo aborda alguns aspectos práticos do aleitamento materno, visando a contribuir para a instrumentalização do profissional de saúde para melhor ajudar as mães no manejo da lactação.

Baixe o texto na íntegra: O aleitamento materno na prática clínica